8.31.2004

VIVAMNOS OS SOLDADOS DA PAZ

Ontem foi um dia de azar (s.m. 1.má sorte, desgraça, desdita. 2. antiga moeda de Ormuz. V.r. Dispor-se). Para vos poupar ao acessório e ir direito ao essencial só vou dizer algumas palavras: chave partida na fechadura - bombeiros - vidros partidos e porta pro galheta; tio com braço partido, ao limpar o cú, preso na casa de banho e a enconar a porta - bombeiros - menos parede, mais claridade no wc e uma excelente vista para o bem cagar; óleo a ferver em cima do pêlo - bombeiros-hospital; pau de cabinda - bombeiros - hospital - marretada na piça; garrafa na cona - bombeiros - mais bombeiros - ainda mais bombeiros.

Agora aquilo que interessa.

Não sei porque razão, esta noite sonhei que estava num quartel de bombeiros e conversava com um rapaz, que era suposto ser meu filho:

Eu com bengala: Mas afinal, porque quiseste que viesse até aqui?

O tipo que me tratava por pai: Porque eu quero que vejas o que eu vou fazer a partir de agora. SIM, EU SEREI BOMBEIRO.

Eu com bengala e com uma cara de parvo aida mais estupida do que o habitual: Não queres ser antes engenheiro, médico ou astronauta?

O tipo que me tratava por pai: Ó pai, este é que é o meu futuro. O que eu não vibro quando vejo um fogo e aqueles homens fardados todos agarrados a uma hirta, mas maleável, mangueira. A maneira como ela se mexe, cheia de pujança, e a dança que os bombeiros fazem para não a deixar fugir. (Ah!) A falta que me faz ter um mangalho (hum, hum), uma mangueira daquelas para agarrar. Ó pai, os bombeiros são todos fortes e eu, entre eles também serei.

Eu já sentado no chão depois do tipo que me tratava por pai me ter tirado a bengala: Escuta lá ó panascão, tens a certeza que és meu filho?

O tipo que me tratava por pai enquanto engolia lentamente, aos pequenos empurrões, a bengala por um sítio que não era a boca: Claro que és, meu pai. Porque outra razão gostaria eu tanto de caçar, pescar e andar a altas velocidades?

Eu a por-me a milhas: Fica aí à espera que eu perguntar à tua mãe!

O tipo que me tratava por pai a olhar para mim a mandar pró caralho as chaves de casa: Mas pai, espera. Ainda tens de ver a camarata onde vou ficar. É entre a do Zé Pichas e a do Quimfode Bichas, e atrás fica o Manecas Rebentacanos....E aquela barra por onde os bombeiros descem... Também podemos mexer nos corpos enrijados dos mortos...E para além de não haver chuveiros indivuais, o que há é muito apertado... ... ...

Eu a pensar enquanto me afasto: "Afinal ele não é preto porque a minha mulher apanhou muito sol. Pois, agora percebo porque é que a maquina de lavar estava sempre avariada! Tinha de haver uma razão para o Makunucula Chup Ósseu estar sempre a arranjar aquela merda... espera lá não foi ele que fugiu com o mecânico da esquina..."