11.08.2004

Adeptos do caganço

Venho partilhar convosco (amigos da boa gagadela) um assunto que há já algum tempo me tem vindo a despertar curiosidade, e diria mesmo, algum desejo. Algum desejo.
Pois é, já pensaram como será cagar na ausência da gravidade?
Bem, já estarão alguns a pensar que a conversa vai mais uma vez cair na seriedade e enriquecimento intelectual, pelo que, quem gostar de galhofa e assuntos menos sérios pode navegar para outras páginas, recomendando-se vivamente a página http://www.portugal.gov.pt.
Voltando ao assunto, de merda sem dúvida, entre virgulas, como podem constatar, tenho pensado como seria agradável experimentar a cagada sem gravidade. Como todos os actos praticáveis, este também tem vantagens e desvantagens, que passo a enumerar:
DESVANTAGENS
- As contracções intestinais teriam que ter maior amplitude, uma vez que se tornaria necessário suprir o precioso auxílio da força da gravidade no processo de evacuação.
Esta dedução é feita com base numa citação apresentada a jeito de introdução teórica num manual de instalações sanitárias, de uma Câmara Municipal de uma terra que não é a terra que não é Santa Maria da Feira, nem Santa Maria da Feira, onde se publica a transcendente e preciosa informação técnica : " Tal como a água, os sólidos orgânicos de dimensão considerável deslocam-se na tubagem muito em parte devido à actuação da força da gravidade."
- Maior rigor logístico na preparação do acto, tendo em conta as condições meteorológicas, sendo necessário analisar o regime de ventos, estimando-se que ventos de velocidade igual ou superior a 0.5 km/h possam fazer com que o cagalhão fique atravessado no rego do cu que nem caralho entalado no rego das mamas.
Esta dedução é apoiada no seguinte:
1º - Sem gravidade, o termo "centro de gravidade" perde o sentido. Por tal, o equilíbrio vertical dos sólidos é afectado, sendo mais difícil o habitual alinhamento vertical do cagalhão em movimento descendente.
in pura especulação do autor - Vol I.
2º - Todos os leitores deste blog já tiveram o caralho entalado no rego de um bom par de margaridas, pelo que facilmente imaginam como será ter um cagalhão atravessado no rego do cu, na perspectiva do cagalhão.
in pura especulação do autor - Vol II.
3º - Todas as leitoras deste blog. Ficamos por aqui. Respeitosos cumprimentos.
in pura especulação do autor - Vol III.
VANTAGENS
- Maior duração, prazer prolongado.
-Retoma económica mais acentuada, dado que na procura do prazer os portugueses comeriam mais com o intuito de cagar à posteriori, aumentando-se assim o consumo privado, que segundo o nosso primeiro-ministro é um bom alicerce para qualquer economia. A balança Import/Export não tem nada a ver com o PIB, muito menos com o crescimento económico.
- Incremento da criatividade publicitária, com o aparecimento de slogans do tipo: " Já reparou que cagando os portugueses transformaram o país numa potência económica, com uma respeitada economia de escala?"
Já dei conhecimento desta ideia ao Secretário Geral do Ministério da Ciência, Inovação e Ensino Superior, que se mostrou bastante interessado, tendo já solicitado um estudo ao IST, para que este, em parceria com o LNEC, desenvolva um protótipo de um WC sem influência da gravidade. Está implementada a discussão e discórdia no seio da comunidade científica nacional quanto à necessidade, ou não, de equipar o protótipo com suporte para o papel higiénico.
Em paralelo, numa universidade do interior, secularmente fechada sobre si própria, num ritual de procura da excelência intelectual-científica, começou já a desenvolver-se um projecto, em parceria com a Associação Portuguesa de Ortopedia e Profissionais Protésicos, que afirmam ser mais barato e funcional, e esperam que a baixo custo se possa simular o acto de cagar sem gravidade.
Aturadamente, consegui apurar que o projecto tem o nome de código CI-SAG, XPTO, que advém do seu nome funcional Cagadeira Invertida- Simulador de Ausência de Gravidade. Segundo os responsáveis pelo projecto, a sigla XPTO não tem qualquer significado, fazendo parte da estratégia de colocação no mercado, um pouco na tentativa de conseguir o sucesso que algumas indústrias alemãs obtêm devido a usarem a sigla Gmbh.
Confidencialmente, enviaram-me os esquiços do projecto via e-mail, e percebe-se que o aspecto e princípio de funcionamento é algo parecido a uma cabine WC plástica ( tipo Queima das Fitas mas sem vomitado) , pendurada numa pequena grua, que levanta e roda a cabine de modo a que o utilizador fique de cabeça para baixo. Os profissionais protésicos encarregar-se-ão de desenvolver adaptadores que se auto-ajustam ao corpo do utilizador, conferindo alguma estabilidade ao processo.
Na memória descritiva do projecto salienta-se o facto de a porta, que com a cabine ainda no solo, abre para o lado direito e depois de rodada e invertida passa a abrir para o lado esquerdo, permitindo uma saída de emergência, apesar de pouco eficaz, segundo revelam os testes que se têm feito com Crush-Test-Dummies onde se tem verificado uma desaceleração de 67 G's assim que a cabeça embate no solo.
Está previsto o lançamento de duas versões. A versão económica que requer que o utilizador se faça acompanhar de alguém para accionar a grua depois de este de sentar e ajustar dentro da cabine (perspectiva-se grande adesão da comunidade feminina), e a versão VIP com controlo remoto da grua a partir do interior da cabine, estando já encomendadas 25000 unidades desta versão mais luxuosa, destinada a políticos, professores catedráticos, directores regionais, presidentes de câmara e outros chulos.
O departamento de economia dessa mesma universidade está a estudar um novo termo económico que surgiu com o uso da versão VIP. Se no caso em que um acompanhante opera a grua se diz que este está a provocar uma externalidade positiva ao utilizador, no caso da versão VIP é legítimo referir o termo " internalidade própria auto-infligida remotamente".
Xau!